quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Alvorada/Supernova

Às vezes pergunto-me se não estarei a querer mostrar uma face corajosa para estar lá para ela como amigo desinteressado quando apenas passaram 2 semanas desde que acabámos e muito claramente ainda a amo... Se não estarei a querer jogar completamente fora da liga do que consigo aguentar emocionalmente.
A verdade é que sei que ela precisa de um amigo a quem possa contar coisas que sei que só eu estou sequer perto de estar em posição para ouvir. Algumas são coisas que magoam, e fazem ciúme e me fazem sentir um vazio escuro e frio na minha alma.
Sei que luto talvez contra o impossível, que é estranho aos olhos da sociedade eu estar sequer a tentar. Eu devia estar zangado, devíamos estar de relações cortadas... Por outro lado, se calhar eu devia ter-me atirado de um prédio alto. Mas a nossa conversa de ontem, que me devia ter deixado despedaçado de tanta dor, deixou-me o sentimento de numbness que cheguei a procurar no suicídio, deixou-me a pensar que talvez já tenha doído tanto que algures na minha alma algo se calejou e ganhou um escudo contra tudo isto.
Sei que devia pensar em mim, e não nela. Mas como teria paz de espírito fazendo-o, quando sei que ela está tão mal ou pior que eu, e quando o que mais prezo é nós sempre termos podido falar de tudo?

Quero ter força para isto. E vou ter. Já perdi o suficiente.

P.

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